Jânio Joaquim, ex-jogador e ex-diretor de futebol da Associação Atlética Caldense, faleceu na noite de ontem. Ele estava em São Paulo, onde passou por uma bateria de exames. Seu quadro de saúde se complicou e ele teve morte decretada por volta das 19h40.
Santista de coração, ele se orgulhava de ter tido a chance de jogar contra seu ídolo Pelé.
Jânio deixou a Caldense pela última vez em julho de 2010. Ele precisava com urgência de um transplante de fígado. Na época, disse ao Mantiqueira que estava atendendo a um ultimato dos médicos: era parar ou arcar com sérias consequências. A luta de Jânio, no entanto, durou menos de um ano, quando acabou perdendo a batalha. "Com sua morte, a Caldense perde um grande apaixonado. Ele dedicou sua vida ao clube e fez de tudo para manter o time em destaque no futebol. "Eu perco um grande amigo e parceiro, que deixará muitas saudades", disse Laércio Martins, ex-presidente da Caldense.
Caldense - Foi na Caldense, em 1973, que Jânio se tornou jogador de futebol profissional. Como atleta,ele atuou 312 vezes pela Veterana e marcou cerca de 20 gols. Sempre atuou como zagueiro central. Seu primeiro contrato com o time de Poços de Caldas foi assinado na gestão de Sebastião Navarro, sendo indicado para o clube de Poços por Geraldo Martins Costa, pai de sua esposa Luiza Martins. Jânio ficou 10 anos na Caldense e conquistou títulos, como o da Taça Santos Dumont, foi duas vezes campeão do interior, sob o comando de Carlos Alberto Silva, e conquistou um terceiro lugar em quadrangular disputado com equipes do porte de Cruzeiro, América e Atlético.
Parceiros - Jânio jogou numa época de ouro da Caldense. Atuou ao lado de Paulo Roberto, Casagrande, entre outros nomes que marcaram época com a camisa da Veterana. Teve a oportunidade de atuar em partidas históricas, como o primeiro jogo internacional da Caldense contra o Deportivo Bata da Bolívia. Participou do jogo inaugural do estádio Dr. Ronaldo Junqueira contra o Corinthians e ainda fez parte do elenco que disputou os dois campeonatos brasileiros que o time de Poços participou. Ele sempre dizia que o jogo que mais o marcou foi com o Internacional de Porto Alegre em Poços de Caldas. O time do sul foi campeão invicto naquela competição e empatou com a Caldense em 0x0. O Internacional tinha nomes como Falcão, Batista, Escurinho, Mauro Galvão, entre outros.
Outro jogo memorável em que Jânio atuou com as cores da Caldense foi contra o Flamengo do Rio na inauguração do estádio do América de Alfenas. A Caldense venceu por 1x0.
Fora dos campos - Quando abandonou os gramados, Jânio não se afastou do futebol. Construiu uma carreira como dirigente de futebol em vários clubes do interior mineiro e paulista. Em 1994, assumiu a Caldense pela primeira vez, aceitando convite do então presidente e amigo Laércio Martins. A passagem foi curta, durou apenas um ano. Em 2002, a volta definitiva. Jânio fez parte do grupo da Caldense que conquistou o Campeonato Mineiro daquele ano, até hoje o principal da Veterana. No mesmo ano, foi vice-campeão do Supercampeonato Mineiro, vice da fase classificatória da Copa Sul Minas. Em 2004 foi campeão do interior de Minas Gerais.
Torcedor - Depois do afastamento, Jânio adotou a postura de torcedor, mas se afastou completamente do dia-a-dia do clube. Mesmo assim, ele ainda tentava ajudar com sua experiência a buscar alternativas para os momentos mais difíceis. Amigo pessoal de empresários, foi determinante na indicação de alguns nomes do elenco atual. Seu filho, Alex Joaquim, hoje é um dos homens fortes da diretoria do clube.
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