PAULO VITOR DE CAMPOS
pvcampos@gmail.com
Poços de Caldas, MG - Após seis anos, o Clube de Remo e Canoagem de Poços de Caldas está encerrando suas atividades que aconteciam na represa Bortolan como parte de um projeto ambicioso que visava garimpar talentos para a modalidade.
“A ideia era estabelecer esportes olímpicos em Poços de Caldas e podermos trazer delegações estrangeiras para períodos de treinamento na cidade. Visualizei uma possibilidade empresarial através do remo e acreditamos que seria um grande passo para Poços ser um dos polos do remo no Brasil”, disse o empresário Marcelo Norberto ao Mantiqueira na época da inauguração. O projeto dava acesso ainda para crianças da rede pública de ensino de Poços de Caldas.
“Por se tratar de um esporte caro estas crianças jamais teriam a oportunidade de ter contato com ele e por isto facilitamos este acesso sem custo algum”, continuou Norberto.
Enterramento
Norberto lamenta o encerramento das atividades do clube. “Foram seis anos bem sucedidos, em que realizamos programas com jovens de escolas municipais, desenvolvemos talentos para remar em diversas regatas e participações em competições fora de Poços de Caldas, como uma realizada na raia olímpica da USP, além de termos realizado duas regatas estaduais em Poços de Caldas, quando recebemos vários municípios. Então, o encerramento deste projeto belíssimo nos entristece profundamente”, falou Norberto. Segundo ele, os avanços trazidos pelo remo para Poços de Caldas são indiscutíveis, mas lamenta a falta de ação do poder público. “Onde se precisa desta demanda do poder público ele está ausente. Ele não consegue controlar o nível de poluição da represa, não consegue controlar a segurança do lago, não gerencia demandas de socorro, não tem equipamentos, enfim, a Bortolan parece outro país além de Poços de Caldas”, falou Norberto. Ele conta que o clube pensou em transferir a garagem de barcos para a cidade de Lambari. “Ao contrário de Poços de Caldas o perímetro do lago de Lambari é totalmente público e isto dá muitas oportunidades de se fazer desenvolvimentos que beneficiam a população. Em Poços de Caldas esta possibilidade é zero. Existe uma área perto de um hotel que passou a ser da prefeitura e questionei o secretário de Esportes Paulista sobre a possibilidade de podermos usar o local e ele sequer sabia da informação sobre o assunto. Outra questão é que a Associação de Moradores do Bortolan, através de seu presidente Sebastião Zangiocomi, tem um projeto para a construção de um pier turístico na área e sugerimos construir uma garagem de barcos neste pier. Seria para uso público, mas mesmo Poços de Caldas sendo a cidade das águas, até agora não saiu nada sobre isto e acho que nem vai sair. Acredito que a prefeitura tinha que fazer parcerias público-privadas para deixar o empresariado realizar eventos e promoção naquele local”, finalizou Norberto.
A reportagem conversou com o secretário de Esportes Wellington Guimarães, o Paulista. Ele disse que sempre esteve à disposição de Marcelo Norberto e lamenta o fechamento do clube. “Buscamos sempre diálogos em relação às questões do clube, porém, oficialmente ele nunca nos apresentou uma proposta que atendesse sua necessidade e do clube. Uma questão que ele nos pediu e não tivemos como atender foi a de recolhimento dos barcos, pois não temos um local para atender este pedido de deixar os barcos guardados, mas outras demandas sempre estivemos à disposição para atender tudo. Volto a dizer que oficialmente ele não nos solicitou nada e o que pudemos fazer para atender as atividades nós fizemos. Ajudamos no deslocamento de alunos com transporte sempre que foi preciso”, falou Paulista.
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