sexta-feira, 17 de agosto de 2012
“Preparação para Rio 2016 começa já”
Poços de Caldas, MG - Tranquilidade para uma boa preparação para as Olimpíadas do Brasil em 2016. Renato Rezende espera aproveitar bem os anos que faltam para os próximos jogos. “Minha participação em Londres foi sensacional e serviu como experiência. Agora vou trabalhar forte para ter novamente a chance de representar o Brasil. Não sou favorito a nada e vou buscar meu espaço de igual para igual”, disse Renato. Confira entrevista exclusiva com o piloto.
Mantiqueira - Qual o sentimento após sua participação nas Olimpíadas de Londres e como será o trabalho para os próximos anos até a Rio 2016?
Renato Rezende - A sensação é de dever cumprido. Todas as vezes que conversei como o Mantiqueira deixei claro que minha meta era chegar a Londres e fazer o melhor que podia. Acho que consegui. Minha meta era ir e arriscar, fazer o que dava para chegar entre os primeiros. Se eu não tentasse nada não iria nem ser lembrado e eu mesmo ficaria triste com meu desempenho. Entrei para o tudo ou nada, buscar ultrapassagens, passar no meio dos caras, bater braço e se conseguisse algum bom resultado, beleza, senão pelo menos ficaria a tentativa. Acho que foi assim que fiz, tentei o máximo que pude. Acho que numa olimpíada o atleta tem que dar o máximo para ir bem e foi isto que fiz. Cheguei numa olimpíada e dei meu melhor, tentei e acho que na medida do possível consegui.
Mantiqueira - Seus resultados nos treinos preliminares foram muito bons. Ali você sentiu que poderia brigar por uma medalha?
Renato Rezende - Senti, mesmo não querendo me iludir, mas acredito que poderia buscar uma medalha. Estava bem, me sentindo bem, competindo em alto nível e a medalha era possível se me mantivesse naquele estágio. Queria pedalar e pedalar, estava feliz, querendo disputar todos os espaços da pista. Corri com um espírito de felicidade, querendo o resultado. Entrei na pista não me contendo de felicidade, dando risada, brincando com todos em alto astral. Não acreditava onde eu estava, aonde cheguei, o que estava fazendo. Estava tudo perfeito.
Mantiqueira - Como foi depois da queda. O que se passou na sua cabeça?
Renato Rezende - Foi o momento mais triste. Saí da pista com o ombro fora do lugar e queria que os médicos dessem um jeito de colocar ele no lugar rápido para eu voltar a correr. Certa vez meu ombro esquerdo saiu do lugar e voltou, achei que agora poderia acontecer isto novamente, mas não deu. Meu ombro saiu muito do lugar, ficou muito fora, a cabeça do úmero desceu muito e não dava. Mesmo assim tentei, mas o médico disse que não arriscaria porque eu poderia ter sofrido uma fratura na queda. Realmente estava muito feio e tive que ir para o hospital. Naquele momento foi duro porque eu sabia que não poderia mais correr. Ali doeu muito porque acabava minha oportunidade de tentar algo melhor. A dor maior não foi no ombro, mas o sentimento de que as olimpíadas acabaram pra mim momento em que fui para o hospital.
Mantiqueira - Você tem noção de que ser o primeiro brasileiro a competir no BMX olímpico já foi uma grande vitória e te coloca na história do esporte nacional?
Renato Rezende - Pela estrutura que temos no Brasil sei que foi um grande feito para a modalidade ter um piloto disputando os jogos pela primeira vez. Só lamento não ter ido além porque eu tinha chances de conseguir mais para nosso esporte. Dava para buscar um resultado muito melhor. A queda faz parte do esporte, acontece, mas deixa um gostinho de quero mais.
Mantiqueira - Esta queda foi pelo fato de você ter tido pouco contato com a pista antes dos jogos?
Renato Rezende - Não. Foi por arriscar mesmo, tentar buscar ultrapassagens a todo custo. Fiz a curva por dentro e deu errado. Na primeira bateria deu certo, mas infelizmente depois veio a queda.
Mantiqueira - Você quer competir no final de setembro. Acredita ter condições de voltar à pista tão rápido após uma queda grave?
Renato Rezende - Quero muito disputar esta corrida, mas vou respeitar meu corpo. Minha meta é voltar, mas se caso meu ombro ainda não estiver bom e eu sentir que não dá, eu desisto. Não vou me arriscar. Se pelo menos não tentar nunca vou conseguir, por isso vou lutar até quando for possível. Se não der, paciência, vamos esperar mais um pouco, tudo bem.
Mantiqueira - Como será sua preparação para as olimpíadas do Brasil?
Renato Rezende - Esta preparação começa já. Meu foco é o Rio, vou passar por todas as competições preparatórias, buscar resultados e dar o máximo que puder para tentar um desempenho melhor do que tive em Londres. Não sou favorito, até porque todo favorito tem azar, mas quero chegar em condições de ganhar e é para isto que vou lutar.
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