Fazer futebol no interior do Brasil não é tarefa das mais fáceis. O alto custo para manter uma equipe profissional prejudica um bom planejamento e até mesmo sua sobrevida. Quem não se lembra de Flamengo de Varginha, Rio Branco de Andradas, Alfenense, Fabril de Lavras, Esportivo de Passos, e muitos outros que um dia se eventuraram na elite de Minas Gerais, mas ficaram pelo caminho, deixando apenas uma história que é contada pelos torcedores mais velhos. Quem não se lembra da rivalidade entre Caldense e Rio Branco, dos jogos memoráveis no Ronaldão e no JK em Andradas? Quem viveu aqueles momentos nunca esquecerá. Quem não se lembra de um jogo entre Caldense e Flamengo de Varginha com o Ronaldão lotado pelas duas torcidas num belo espetáculo realizado nos anos 90? Confrontos que não podem mais acontecer pela falta de dinheiro e estrutura. Para manter futebol o interior vive sem apoio, sem dinheiro, com taxas abusivas de federações, dificultando ao máximo a vida dos seus clubes filiados.
A Caldense segue firme como representante da nossa região. As dificuldades são grandes e a diretoria tem que fazer milagres para montar um time bom e barato. E tem que ser assim mesmo, caso contrário o futebol profissional em Poços de Caldas correria sérios riscos de também ficar apenas no passado, nas lembranças de tempos incríveis em conversas nas praças da cidade.
Então daqui a pouco, no Ronaldão, teremos mais um daqueles encontros entre Davi e Golias. De um lado o poderoso e rico Cruzeiro, campeão de quase tudo que se possa imaginar. De outro lado a nossa Caldense, time classe média baixa, mas que tem em sua torcida a maior riqueza. Torcida esta que vai lotar o estádio e torcer por um milagre, uma vitória, mesmo que de meio a zero. Como diz a letra do hino da Veterana, “É no pé e na raça...”
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