LUCIENNE CUNHA – Na tarde de ontem, algumas mães estiveram na Câmara para denunciar um projeto de ginástica rítmica, mantido pela Secretaria de Esportes, através da Lei de Incentivo à Cultura e ao Esporte. As mães denunciam cobrança de mensalidade, entre outras irregularidades.
Cerca de três mães procuraram a vereadora Maria Cecília Figueiredo Opipari (PSB), mas para evitar mais perseguições elas aceitaram dar entrevistas desde que seus nomes fossem preservados.
“Antes esse projeto tinha outra professora e ia muito bem, mas depois que ela saiu e a professora Ana Carolina Z. Dias assumiu o cargo as coisas mudaram. Essa professora não tem registro no Conselho Regional de Educação Física (CREF). O projeto recebe recursos da Lei de Incentivo e mesmo assim ela ganha salário da prefeitura, que é de R$ 1,5 mil, e cobra mensalidade das crianças, de algumas mais e de outras menos. Varia entre R$ 40 a R$ 60 reais”, destacaram as mães.
As mães explicaram ainda que essas alunas participam de competições de alto rendimento. Entretanto, antes elas representavam Poços pela Confederação Mineira, agora é pela Confederação Paulista. “Também acho isso errado e o mais triste é que as mães que não tinham dinheiro para pagar as mensalidades, as alunas eram proibidas de fazer o preparo físico. Antes tinham muitas alunas, hoje não tem nem cinco”, lembram.
Um das mães contou ainda que nem sabia que o projeto recebia recursos da Lei de Incentivo e que isso só foi revelado quando o patrocinador do projeto depositou recursos numa conta de uma das mães, já que antes esse projeto era coordenado pelo grupo de mães.
“Já fizemos várias denúncias para o secretário de Esportes e ele, ao invés de resolver o problema, ainda conta quem foi a mãe que denunciou, o que faz com que as meninas sejam ainda mais perseguidas pela professora. Até nas competições que vamos, somos obrigadas a pagar os custos de estadia, comida e viagem da professora. Isso é lamentável porque as meninas são talentosas e estão sendo prejudicadas e perdendo vontade de treinar, sem contar as muitas que já deixaram o projeto”, declararam.
A vereadora Maria Cecília, que recebeu a denúncia, disse que fará um pedido de informação para se inteirar melhor sobre esse assunto. A parlamentar disse que recebeu essa denúncia com surpresa, já que através da mídia a informação é que esse projeto é muito bom.
“Vou solicitar informações sobre o projeto e pedir cópia dos contratos desde 2004, quando foi implantado. Quero saber se de fato essa professora não tem o CREF, porque a confederação que as meninas representam é de São Paulo e não de Minas. Por que a prefeitura paga um salário para essa professora se esse custo deveria estar embutido no projeto de Lei de Incentivo? E o mais grave é as mães tendo que pagar mensalidades e os custos com as competições, material e até taxa de arbitragem”, destaca.
A parlamentar lamenta o fato da Secretaria de Esportes não ter controle sobre esses projetos, já que, segundo as mães, muitas denúncias já foram feitas sem que uma solução fosse encontrada. “Pretendo entrar com requerimento sobre isso, mas se for o caso, vamos até convocar o secretário de Esportes para dar explicações sobre esse problema e falar quais são os projetos da pasta e como eles são acompanhados”, concluiu.
O secretário de Esportes Carlos Alberto dos Santos foi procurado para falar sobre o assunto, mas não estava na cidade. Por telefone, ele disse que assim que estiver em Poços de Caldas dará sua versão sobre o fato. Mas o secretário chegou admitir que teria falado com a professora e que a mesma disse que não ia cobrar mais pelas aulas.
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