Um péssimo dirigente pode acabar com a imagem de um clube. Isto acontece principalmente em clubes pequenos do interior, onde, movidos por uma paixão contestável por determinado time, pessoas despreparadas assumem cargos importantes e começam o "trabalho" de destruição da imagem dessas equipes. Os dirigentes parecem ter poder infinito e agem como se fossem os donos absolutos das ações. É comum estes dirigentes terem a companhia de "puxas-sacos" que os ajudam na destruição da imagem do clube. Quando estão no poder lutam contra todos que julgam ser uma "pedra no sapato" e procuram fazer de tudo para ter o "caminho limpo" para gerenciar da maneira que bem entendem o clube ao qual estão comandando.
Infelizmente, casos assim a gente vê com frequência. Quem mais sofre com a atitude de dirigentes deste tipo é a imprensa, justamente por ter a função noticiar o dia-a-dia de um clube de futebol. Para um mau dirigente, quase nunca o que sai na mídia é de seu interesse. Aí começa a briga. Tentar obstruir o caminho de um profissional simplesmente pelo fato de ele ter uma opinião contrária é o principal objetivo deste tipo de cartola.
O caso mais recente está acontecendo na vizinha cidade de Mogi Mirim. O time hoje é presidido por Rivaldo, que também acumula as funções de treinador e jogador da equipe da primeira divisão do futebol paulista.
Dentro de campo Rivaldo foi um dos grandes mestres do futebol brasileiro, um dos principais nomes da seleção brasileira na conquista da Copa do Mundo de 2002. Tem vasta experiência em clubes europeus, foi eleito o melhor jogador do mundo em 1999. Porém, Rivaldo resolveu ser dirigente de futebol. Infelizmente, os primeiros passos do craque como "dono" do Mogi Mirim são lamentáveis. Lembrando os tempos de ditadura ele simplesmente resolveu que um profissional da imprensa de Mogi Mirim não pode cobrir os treinos e nem participar das entrevistas coletivas da equipe. Marcelo Gotti, repórter esportivo do jornal A Comarca de Mogi, Rádio CBN de Mogi e Portal Futebol do Interior, foi comunicado que está impedido de realizar qualquer cobertura dos treinos e entrevistas do time local. As ordens foram diretamente dadas por Rivaldo que se disse indignado com as críticas recebidas pela mídia local. "Rivaldo não aceita críticas. O fato mostra o despreparo, a imaturidade e a falta de experiência do dirigente do Mogi Mirim em relação a notícias adversas sobre o clube. Cercear a liberdade de expressão de um profissional de imprensa não resolve os problemas e as adversidades naturais que um clube atravessa. Apenas mostra o autoritarismo e incoerência de um presidente, que rodou o mundo como jogador, mas não aprendeu administrar certas situações no seu clube, onde atualmente exerce a função de dono", disse Marcelo em comunicado publicado no portal Futebol do Interior.
A atitude de Rivaldo me surpreende pelo fato dele ser uma pessoa com "bagagem" no futebol brasileiro e mundial. Deveria saber que existem críticas e que elas devem ser usadas para corrigir os possíveis defeitos. Dar uma de ditador e usar do poder para tentar intimidar o profissional da mídia apenas dá mais munição para ser bombardeado. Com a atitude, Rivaldo mostra que faz parte de uma escola de dirigentes que nada de positivo trouxeram para o futebol. Dirigentes que não deixam saudades quando largam o cargo. Resolvi me manifestar sobre este fato por achar que a mídia tem que ser unida em casos assim. Com a união, a atitude de maus dirigentes acaba se enfraquecendo. Em Poços existem casos iguais ao de Rivaldo. Dirigente tem que colocar na cabeça que não é dono do time. Que por trás de uma equipe de futebol existe uma cidade e uma torcida que são muito maiores que suas intransigências.
Nenhum comentário:
Postar um comentário