terça-feira, 24 de maio de 2011

“Não dá para se campeão sem apoio”, desabafa Fernando Fumaça

Ainda sentindo dores por todo o corpo após um combate de 10 rounds contra o paraguaio Ruben Samudio, Fernando Fumaça comemora a volta às vitórias. O atleta baiano, que adotou Poços de Caldas, conquistou os títulos Vacant WBC Mundo Hispano Inter-Continental e Vacant Inter-American Latino.
Agora Fumaça volta a lutar em agosto, quando tenta reconquistar o título latino-americano. Segundo Fumaça, a luta acontecerá na Bahia com transmissão pela tv aberta. Em caso de vitória, ele tenta o Mundial no final do ano.
Fumaça e Samudio fizeram um combate emocionante. O boxeador de Poços chegou a sofrer uma queda no terceiro round, em contra-partida, derrubou o oponente em quatro oportunidades. A vitória veio no 10 round. Com o resultado, Fumaça assumiu a primeira colocação em sua categoria no ranking brasileiro, e a 28ª colocação no mundo. O boxeador pretende fazer sua preparação para o próximo combate em Poços de Caldas. “Fiquei muito tempo longe de família e isto atrapalha muito a concentração. Quero treinar aqui, mesmo sabendo que terei menos sparring. A família perto de mim é de fundamental importância. Vou ter a ajuda de alguns parceiros nestes treinamentos e a qualidade de preparação será bem feita”, disse Fumaça.
O boxeador lamenta as dificuldades em encontrar apoio para seguir a carreira. Segundo ele, passou da hora dos empresários valorizarem mais os talentos da cidade. “Como ser campeão, se as vezes não tem dinheiro sequer para manter necessidades básicas? Este panorama precisa mudar. O Brasil é um celeiro de campeões, porém a falta de um apoio digno acaba fazendo com que muitos deixem o esporte antes da hora”, lamentou ele.
O atleta se reuniu ontem com a vice-prefeitura Glácia Boaretto e com o secretário de esportes Lelo, e ouviu promessas de melhorias no apoio em breve. “Eles querem me ajudar e prometeram estudar, junto com o prefeito, o que podem fazer por mim. Hoje, sou um atleta que dá bons resultados mesmo sem ter uma boa estrutura. Como um atleta pode treinar bem, se não tem um bom salário e passa apertado para pagar suas contas? É difícil. Preciso ter tranqüilidade nos treinamentos. Estou “empurrando com a barriga”, fazendo a coisa acontecer. Se não fosse a ajuda da TV Poços, Climepe, Oxicooper, Olinkardo e da Auto Mais, não teria tido condições de buscar estes títulos em São Paulo. Preciso de mais, caso contrário, não vai dar para ir muito mais longe no boxe. Como ser um campeão mundial sem estrutura? Não tem como”, lamentou o boxeador, que ainda tem encontrado dificuldades em manter sua boa alimentação. “Meu corpo já está cansado de treinar, lutar, dar aulas no meu projeto e ainda, me preocupar com um monte de coisas fora do ringue. Tudo isto atrapalha. Creio que as coisas vão melhorar, a Prefeitura vai me ajudar. Sei que tenho capacidade de ser campeão do mundo, mas preciso muito desta ajuda para trazer o títulopara o Brasil e para Poços”, finalizou ele.

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