quarta-feira, 30 de maio de 2012

Árbitros ameaçam não apitar mais na zona rural por causa de violência


Poços de Caldas, MG - As constantes ameaças de agressão física que os árbitros da Liga Poços-caldense de futebol estão recebendo na zona rural da cidade, estão ameaçando as competições na região. O Mantiqueira conversou com alguns árbitros, que disseram não voltar mais nas fazendas para atuar nas partidas da Copa Café, ou qualquer outro compeonato que seja realizado na região.
“Não vou me arriscar por causa de 30 reais. Tenho família e a coisa está tomando uma proporção muito perigosa”, disse Marcos Fernando Lessa, o Marcão. Ele garantiu que não volta mais na zona rural. Outro que está revoltado é Jonas. “Não sei se volto mais. A gente é humilhado, nos ameaçam, partem para a agressão física e está dando medo”, disse Jonas, que no último final de semana atuou no jogo entre Córrego D´Antas e Santo Antônio. A partida foi interrompida antes do final por causa de tentativas de agressão aos árbitros por parte de integrantes da Fazenda Santo Antônio. “Se não fosse a ajuda que recebemos do pessoal do Córrego D´Antas, acho que não sairíamos de lá”, disse Jonas. “Fui chamado de vagabundo, sem vergonha, me ofenderam de tudo que se pode imaginar. Todos os árbitros são trabalhadores e não merecem este tipo de coisa”, continuou Jonas.
O caso acontecido neste final de semana no jogo Córrego D´Antas e Santo Antônio será julgado na próxima semana na Secretaria Municipal de Esportes. Segundo o secretário Lelo, os envolvidos na confusão já estão suspensos preventivamente.
 O Mantiqueira esteve recentemente em uma partida da competição, realizada na Fazenda Barreiro, e constatou momentos de tensão. O árbitro Zuza atuava sozinho num jogo dos aspirantes e por diversas vezes foi ameaçado. Uma pessoa que estava vendo a partida chegou a mostrar para a reportagem algumas garrafas que haviam sido quebradas para serem usadas como armas em caso de possível confronto. “Isto não pode continuar assim. Tenho medo de que uma desgraça aconteça a qualquer hora se algo não for feito pelas autoridades”, disse, pedindo para não ser identificado por medo de retaliação.

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