domingo, 8 de janeiro de 2017

“Em todo gol da Caldense eu me emociono”, diz o narrador Paulinho Figueiredo

Poços de Caldas, MG - Paulinho Figueiredo sempre gostou de futebol. Quando criança jogava com os amigos na roça e no amador da cidade, sempre sonhando em se tornar um jogador profissional. Os anos foram passando e o sonho foi ficando cada vez mais distante. Com isso, passou a tentar carreira no rádio, onde teve a oportunidade de trabalhar pela primeira vez em 1982, por intermédio de Luiz Cagnani. Começava ali a carreira desse grande narrador, que atualmente transmite os jogos da Caldense pela Rádio Cultura.

Como foram suas primeiras transmissões?
Naquela época, a Caldense disputava o campeonato mineiro de juniores com sua equipe de base. E eu fui escalado em duas oportunidades para cobrir os jogos como repórter. Em Araguari contra o Fluminense e em Belo Horizonte contra o Cruzeiro. Foi ali que dei início à minha carreira.

Como é sua rotina de trabalho?
Tenho meu trabalho particular em uma empresa e só acompanho o futebol aos finais de semana, nas horas vagas, na Rádio Cultura. Faço porque gosto, está no meu sangue, foi uma escolha minha. Mas como a gente tem que se sustentar na vida, existe a necessidade de se ter outro emprego, para dar uma tranquilidade financeira melhor.

Quais são as maiores dificuldades de um narrador?
As maiores dificuldades são as viagens frequentes, principalmente aqui no Estado de Minas Gerais. Às vezes ficamos mais de 10 horas nas estradas, centenas de quilômetros, é muito desgastante.

Você faz algum tipo de preparação vocal para poder narrar?
Não, apenas procuro evitar ingerir líquidos gelados nos dias próximos aos jogos. Sou alérgico a gelados e esse tipo de bebida prejudica um pouco a voz, por isso é preciso tomar cuidado para que no dia dos jogos a voz esteja em perfeitas condições para não ocorrer nenhum tipo de falha.

Em algum momento você tem receio de dizer algo e incomodar alguém?
Não me preocupo muito com isso não, pois na minha condição de narrador, apenas relato o que estou vendo e não comento os lances. Se um jogador perdeu um gol, está mal na partida ou cometeu uma falta violenta, vou narrar aquilo que está acontecendo e a imagem está ali para provar o que estou dizendo.

Quais momentos da Caldense foram marcantes para você?
Olha, em 2002 o time foi campeão mineiro, mas as equipes grandes não participaram daquele campeonato. 2015 foi uma grande campanha, alcançando o vice-campeonato. Se não fosse o erro da arbitragem, a Veterana teria sido campeã invicta. Mas me lembro muito de 1976, com Aílton Lira, Neto, Augusto, Buzuca e companhia. A Veterana ficou em terceiro lugar, atrás apenas de Cruzeiro e Atlético.

Você já se emocionou narrando algum gol da Veterana?
Sempre. Em todo gol da Caldense eu me emociono. Cada gol mexe comigo de uma maneira diferente, não importa contra qual seja o adversário. Com isso, tento passar a emoção que sinto para os ouvintes.

O que a Caldense significa para você?
A Caldense é meu time de coração. Antes de trabalhar em rádio, fui torcedor e cheguei até a matar aulas para ir ao Cristiano Osório. Nasci vascaíno, meus familiares são torcedores do Vasco, mas assim que me mudei para Poços de Caldas abracei a Caldense e a Veterana tomou conta do meu coração. Torcedor, continue acreditando na Caldense,  continue acompanhando o futebol. O futebol precisa da torcida, assim como a Caldense. Vamos abraçar essa causa e vamos dar força à Veterana.

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