Uma vitória para dar novo ânimo. Domingo, contra um Villa Nova completamente apático, a Caldense finalmente fez sua estreia no Campeonato Mineiro. Jogando com propriedade, sem dar chances ao adversário, o time de Catanoce fez 4x0 e poderia ter marcado mais se não tivesse se acomodado depois do quarto gol aos 25 minutos do segundo tempo. A vitória mantém a Caldense respirando dentro do Campeonato Mineiro, mas o time ainda está na UTI em sua intensa luta contra o rebaixamento. Agora terá uma sequência muito difícil longe de Poços de Caldas e precisa de pelo menos três pontos nestas partidas para ter mais tranquilidade na última rodada, quando fecha sua participação em casa diante do América de Teófilo Otoni.
Bortolatto - Bortolatto foi o nome do primeiro tempo. Não que tenha feito uma grande exibição, longe disso, mas vontade e garra ninguém pode falar que ele não mostrou. O atacante logo que tocou na bola marcou o primeiro gol da Caldense. Eram apenas dois minutos de jogo quando Luizinho cobrou escanteio e ele mostrou oportunismo ao mandar para o fundo das redes. Foi o segundo gol em partidas oficiais que Bortolatto marcou na temporada. Antes ele havia marcado no empate de sua ex-equipe Lemense contra o XV de Jau pelo Paulista da A3. No restante do jogo Bortolatto brigou muito pela bola, ajudou nos desarmes e apesar dos seus 36 anos correu muito no forte calor que fazia em Poços na tarde de domingo. O gol e a demonstração de vontade em campo provam que Catanoce acertou ao indicar o atleta para a Caldense.
Thiago Pereira - A fase de Thiago Pereira é das piores. Novamente o jogador não teve uma boa atuação e viu a torcida criticá-lo boa parte do jogo. O calvário de Pereira começou cedo. Pouco depois do gol da Caldense ele teve uma chance, com o goleiro do Villa complemente batido ele errou a bola que passou à sua frente. Depois disso, novamente o nervosismo tomou conta do atleta que pouco fez na partida até ser substituído no intervalo.
O jogo - O gol logo aos dois minutos deu a tranquilidade que a Caldense precisava para o restante do duelo. O primeiro tempo, no entanto, não foi muito bom. A Caldense tentava achar espaços, mas o Villa, fechado, não facilitava as coisas. O lateral Budi, que estreiou no time, não agradou e logo foi substituído por Renaldo. Luizinho era o homem mais perigoso da Caldense. Na zaga mais uma vez Fabio Paulista foi um gigante. Nas poucas vezes que o Villa arriscava alguma coisa no ataque o capitão da Caldense era soberano e neutralizava as jogadas do adversário. Impressionante a força de comando que Paulista tem em campo. O jogador veste a camisa da Caldense como poucos já vestiram na história do clube. O goleiro Marcão não teve trabalho algum durante toda a partida. Warley, principal atacante do time de Nova Lima, apareceu pouco. O jogador, que já teve passagens por times como São Paulo, Grêmio e Palmeiras, hoje aos 32 anos não é o mesmo de antes. Parado em campo ele não foi perigo algum para o time de Poços de Caldas.
No segundo tempo a Caldense entrou com Waldery no lugar de Thiago Pereira e o jogador foi o nome do time. Em seu primeiro lance mostrou muita categoria ao marcar de cabeça entre dois zagueiros do Villa. No segundo gol ele enganou a zaga, penetrou na área e tocou na saída do goleiro. Com suas típicas arrancadas o atacante era um inferno para a defensiva do time de Nova Lima. O quarto gol da Caldense foi marcado por Renaldo numa bela jogada individual. O lateral acertou o canto direito do goleiro num chute forte e cruzado da entrada da área. A Caldense poderia ter feito mais, porém o time parou depois do quarto gol. O Villa, sem forças, não ameaçava e os vinte minutos restantes foram arrastados. O torcedor deixou o campo satisfeito, mas sabendo que para fugir do rebaixamento ainda tem muito chão pela frente.
Banco de reservas - Pouco antes do jogo uma atitude antidesportiva, completamente desnecessária, manchou um pouco o espetáculo. O banco de reservas destinado ao time visitante foi retirado e o técnico Flávio Lopes e seus suplentes tiveram que usar o banco atrás do gol, que é para a imprensa. Não é necessário este tipo de atitude para ganhar jogo. Fica feio para a imagem de bom anfitrião. Não foi a atitude de tirar o banco do adversário que levou o time a vencer sua primeira partida no campeonato. O que fez a vitória acontecer foi a mudança de postura da equipe dentro de campo. Do jeito que a Caldense jogou domingo, nem se Flávio Lopes e seus suplentes estivessem em campo eles iriam vencer. A alegação é pelo fato de que em Nova Lima o Villa Nova usa o mesmo expediente e apenas o time da casa tem banco na lateral de campo. Isto não é justificativa. Em Poços de Caldas nunca foi assim. Não é preciso ter atitudes assim para se manter na primeira divisão. Jogando futebol como jogou domingo não tem nenhum fator extracampo que vai tirar a vitória. Segundo o secretário de esportes Carlos Alberto dos Santos, o estádio foi entregue à Caldense com o banco de reservas no seu devido lugar. Quem tomou esta atitude errou.
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