quinta-feira, 26 de julho de 2012

“Nosso vôlei dará muitas emoções em Londres”, diz Xandó


Poços de Caldas, MG - Faltando um dia para a abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, o Mantiqueira traz uma entrevista especial com Mário Xandó de Oliveira Neto. Integrante da denominada geração de prata do vôlei, Xandó atuou pela seleção brasileira de voleibol masculino na década de 1980. Fez o ponto do título do Mundialito de 1982 no Maracanazinho contra a grande seleção soviética, foi vice-campeão mundial de 1982, medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos de 1983 em Caracas e medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 1984 em Los Angeles. Xandó também participou dos Jogos Olímpicos de 1980 em Moscou. Na entrevista ao Mantiqueira, ele avalia as chances do voleibol brasileiro em Londres, relembra os amigos que deixou em Poços de Caldas, os momentos de Caldense e fala ainda sobre o atual momento do esporte brasileiro.



Mantiqueira - Qual o sentimento de um atleta ao disputar uma Olimpíada?
Xandó - Olimpíada é o momento mais importante na vida de um atleta, é um sentimento difícil de ser relatado, é emocionante, gratificante e ao mesmo tempo de muita responsabilidade.

Mantiqueira - Como você vê o momento atual do voleibol brasileiro
Xandó - O Brasil está sempre bem. Observo que passa por um momento de desgaste pelo nível de cobrança e compromisso, após esta olimpíada certamente haverá mudanças e renovações.

Mantiqueira - Quais as reais chances de medalhas para o vôlei brasileiro em Londres?
Xandó - Todas, tanto no masculino como no feminino. Na praia vamos ter mais competição, o nível de países sem tradição no voleibol de quadra está subindo na praia. Vai ser emocionante.

Mantiqueira - Poços de Caldas recebeu recentemente a seleção feminina infanto-juvenil do Brasil para um período de treinos. Em entrevista ao Mantiqueira, dirigentes do time reclamaram da atual safra de jogadores. Por que você acha que o Brasil passa por este momento?
Xandó - Não tenho acompanhado o trabalho nas categorias de base, vejo apenas que manter equipes de alto nível está muito difícil e às vezes os atletas não correspondem aos valores de investimento. Talvez seja esta a preocupação.

Mantiqueira - A geração de prata deixou saudades em todos os brasileiros e fez um grande bem para o nosso esporte. Aquela garra, a vontade e a determinação fazem  falta ao esporte brasileiro nos dias de hoje?
Xandó - Talvez no futebol exista. Não vejo isto em outras modalidades, vejo atletas determinados e muito amor no que estão fazendo.

Mantiqueira - Você ainda acompanha de perto as notícias de Poços de Caldas e da Caldense, clube onde você iniciou no esporte?
Xandó - Hoje com internet, facebook, fica mais fácil. Tem um grupo de amigos dos anos 70 e sempre nos falamos. Da querida Caldense acompanho pelo site, gosto de ver as fotos de gerações que fizeram a história do clube e acompanho as participações das equipes nos sites de federações e torneios. Gosto também de saber quais são os dirigentes que estão no comando do clube.

Mantiqueira - Você vem com frequência a Poços e tem planos de um dia voltar a morar aqui?
Xandó - Não vou a Poços há algum tempo, estou planejando para setembro fazer uma visita.

Mantiqueira - Qual sua ligação com a política? E como você acha que os políticos deveriam ajudar o esporte especializado no Brasil?
Xandó - Trabalho há mais de 15 anos na área de gestão e marketing esportivo [poder público e privado]. Hoje ocupo um cargo na Fundação Pró-Esporte de Santos como diretor de marketing e estamos em sintonia com o Ministério do Esporte. O Governo Federal abriu muito espaço para o crescimento do esporte, temos leis de incentivo, programas educacionais, de inclusão, de lazer e de alto rendimento financiados pelo Ministério do Esporte. Acho que estamos avançando, indo no caminho certo, a cada ano os recursos aumentam para o esporte. Agora, tem que haver interesse político em debater com os profissionais do esporte e sociedade, as necessidades de cada região e elaborar o plano de ação para o esporte.  Existem recursos, faltam projetos.

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