Projeto social no Parque das Nações esbarra em estrutura precária

Poços de Caldas, MG – Traves de gols escoradas, quadra rachando e um amontado de blocos que aos poucos estão sendo roubados. Assim se encontra a quadra do bairro Parque das Nações, que abriga um projeto de futsal, do Viva o Esporte, da Secretaria Municipal de Esportes.
O professor de futsal João Nogueira, responsável pelo projeto, se diz revoltado com a situação.
“Não quero dinheiro da prefeitura, esta não é nossa finalidade. O que quero é que eles cuidem da nossa quadra, pois isto é obrigação da administração. As coisas do jeito que estão não podem ficar”, disse Nogueira.
Os pontos mais críticos do local são os gols, sendo que um deles está completamente sem condições de uso, colocando em risco até mesmo a segurança dos alunos do projeto. As traves foram tomadas pela ferrugem e precisam ser amarradas nas grades para que não caiam a qualquer momento.
Outro fato bastante preocupante é a presença de blocos de concretos que deveriam ser usados para fechar parte da quadra. Eles estão no local há cerca de dois meses e até o momento nenhuma obra foi realizada. E vândalos já se aproveitam da fragilidade da quadra e estão roubando estes blocos, impossibilitando de vez a obra. “Estes blocos chegaram aqui e até agora estão encostados Ninguém veio fazer nada e nós ficamos esperando alguma providência, que até o momento não aconteceu”, disse o professor. “Além do mais a quadra está feia, suja, com rachaduras, precisando de pinturas. Acho que cuidar do patrimônio é uma obrigação do município”, completou Nogueira.
O projeto coordenado por Nogueira tem aproximadamente 150 crianças de várias faixas etárias. As aulas acontecem às segundas, quintas e sábados em horários alternados. Mesmo em condições precárias a quadra do bairro é utilizada para as atividades esportivas das crianças e adolescentes. O projeto já tem sete anos e no próximo mês será realizada uma festa para comemorar mais um aniversário das atividades. Neste evento existe a possibilidade da presença do ex-goleiro do Atlético Mineiro e seleção brasileira João Leite. Segundo Nogueira, o projeto abriga garotos de todos os bairros da zona sul.
“Estou pedindo socorro por todos os lados. Esta situação não pode continuar. Recebemos os blocos da prefeitura e a quadra precisa ser murada com urgência. Seria uma maneira das crianças terem mais segurança”, disse Nogueira. Segundo ele, uma bomba foi atirada dentro da quadra recentemente e por pouco não acabou causando consequências mais graves. “Tá tudo muito ruim aqui. Nosso gol quebrado, caído, amarrado com arame. Já pedimos providências e nada. Não é exagero nenhum quando digo que a comunidade está pedindo socorro para que esta situação se resolva o mais rápido e que nosso projeto tenha continuidade de maneira mais digna, como deve ser”, lamentou o professor. “A bomba que soltaram na quadra por pouco não queimou as pernas de um garotinho e agora os pais estão com medo. O que podemos fazer? Temos encarar do jeito que está mesmo. Uma pena”, disse Nogueira . “A Secretaria de Esportes tem nos dado atenção, passei os orçamentos para eles dos gols, mas estamos aguardando e até agora não aconteceu nada”, finalizou Nogueira.

 Secretaria
A reportagem entrou em contato com o secretário de Esportes Carlos Alberto dos Santos, que não concordou com as reclamações do professor. Segundo ele, o acordo foi a Secretaria dar o material e Nogueira se encarregar de conseguir a mão-de-obra. “Em nenhum momento ficou acordado de mandarmos o material e também arcarmos com a mão-de-obra. O sr. Nogueira foi infeliz nesta colocação, pois ele sabe muito bem qual era nosso acordo. Os blocos foram enviados, como foi pedido e se a obra não foi realizada a culpa não é da prefeitura”, disse o secretário. “Estou com a consciência tranquila que nossa parte do acordo foi feita, ele é que deixou a desejar sobre o que disse que faria”, completou o secretário. Sobre a situação dos gols, Santos disse que o problema também está sendo resolvido. “Já estamos com o orçamento em mãos e providenciando para resolver a situação”, finalizou o secretário.