domingo, 26 de fevereiro de 2012

Cidadania e oportunidades através do Tênis de Mesa

Poços de Caldas, MG - Qualquer atividade esportiva desperta na criança um sentimento de querer mais, vontade de aprender, de competir, buscar o resultado acima de qualquer coisa. Estas atividades acabam tendo papel importantíssimo na função de tirar o jovem das ruas e age como uma forma de introduzir ele na sociedade.
Em Poços de Caldas diversos projetos levam para este caminho. Modalidades e mais modalidades, coordenadas por professores capacitados, e não interessados na captação de recursos para benefícios próprios, ajudam neste caminho
Alexandre Felippe é um destes professores que visam ajudar o próximo na busca pelo apoio e incentivo e sobretudo, a oportunidade. Através do esporte ele tenta levar pera meninos e meninas carentes, um pouco do lado bom da vida. Vindo de uma família de classe média, Felippe soube desde cedo a importância e as mudanças que o esporte pode causar na vida de uma pessoa, por isto decidiu ajudar outros a ter o mesmo destino.
Através  do tênis de mesa , Felippe construiu sua vida, formou boa parte de seu caráter e conquistou títulos e amigos. Através do esporte conseguiu trabalho, fez faculdade  de Educação Física, formou-se e fez ainda uma pós-graduação.  Hoje ele quer levar tudo que aprendeu para frente. Tirar o jovem das ruas e mostrar para ele o caminho da cidadania é prioridade na vida do jovem professor que venceu no tênis de mesa.
Este ano promete ser intenso para Felipinho em sua jornada levando o esporte para os mais carentes. Com duas leis aprovadas, uma pela Lei de Incentivo ao Esporte e outra pelo DME, Felippe terá que arregaçar as mangas e ensinar muito tênis de mesa para meninos e meninas de Poços de Caldas. Vontade para isto não vai faltar.

Tênis de Mesa Praticando Cidadania
Este projeto está sendo renovado em 2012. A comunidade atendida   é do Jardim Kennedy e beneficia cerca de 60 crianças de todas as faixas etárias. “Este projeto funciona na Instituição Bem Viver na parte da tarde. Os dias que ministramos as aulas são segundas, quartas e sextas-feiras, das 15h às 16h30”, conta Alexandre Felippe. O projeto Tênis de Mesa - Praticando Cidadania tive apoio no ano passado da Unimed. Este ano, para o projeto ter início em definitivo, faltam alguns detalhes para serem acertados com a mesma empresa. Segundo Felippe, até meados de março a bolinha volta a saltitar de um lado para outro nas quadras do Jardim Kennedy para felicidade da criançada. “Estamos tentando renovar o apoio da Unimed para dar continuidade ao projeto. É uma empresa que ajuda muito o esporte através da Lei de Incentivo e acredito que este ano vão estar novamente abraçando nossa causa”, conta Alexandre Felippe. O dinheiro investido no projeto é gasto na compra de mesas, bolinhas, raquetes, enfim, toda a estrutura necessária para a prática do esporte. Outro gasto com os alunos é com condução e uniforme.

Tênis de Mesa  - Batendo bola com o futuro
Este projeto já está em atividade e atende crianças na Casa do Menor de Poços de Caldas. Aprovado pelo DME, é o primeiro ano de atividades do projeto, que atende cerca de 40 crianças. Elas praticam o tênis de mesa as terças e quintas das 14h30 às 16h. “Existe ainda um objetivo que é colocar o tênis de mesa no cenário esportivo de Poços de Caldas. É uma modalidade muito praticada por pessoas de todas as faixas etárias. Quero massificar o esporte em Poços através deste esporte”, conta Felippe.  O professor ressalta que existe um trabalho de lapidação de talentos.  “Vamos fazer um trabalho de observação e tentar encontrar alguns bons atletas que possam representar a cidade em competições”, diz o professor. Pregando ainda os ensinamentos de respeito, cidadania, disciplina, os projetos buscam atingir uma grande camada da população carente da cidade. Outra preocupação do professor é seguir de perto os passos do aluno, não ficando limitado apenas aos dias de prática esportiva. Segundo Felippe, um acompanhamento do dia-a-dia em casa e na escola é muito importante na formação do caráter do jovem. “Queremos ajudar a traçar um bom caminho para eles e por isto estou adorando trabalhar com estes projetos sociais. É uma satisfação muito grande”, conta o professor.,

Diferenças
Alexandre Fellipe sempre trabalhou com um público mais elitizado. Como personal trainner,  lidou com pessoas de bom nível social. Trabalhar com crianças carentes veio com um desafio que se tornou prazer para o jovem campeão de tênis de mesa e squash. “Os resultados com os meninos carentes são imediatos. Um desafio é colocado para eles e logo eles captam e te dão o retorno com uma resposta ou atitude que acaba surpreendendo”, conta Felippe.

Estrutura
Uma boa estrutura é o que passava longe da maioria dos meninos atendidos pelos projetos de Felippe. A maioria nunca tinha tido contato com uma raquete, uma mesa com uma rede em dimensões oficiais e até mesmo uma raquete de verdade. Segundo o professor, quando eles se deparam com tudo novo esperando por eles o brilho nos olhos acaba emocionando. “Trabalhamos com materiais aprovados por confederações, tudo de primeira linha e eles ficam deslumbrados com isto. A partir daí o desenvolvimento da técnica é outra coisa que acaba se tornando mais fácil”, completa o professor. Com o tempo a confiança dos meninos começa a deixar o trabalho de ensinamento ainda mais fácil.
Felipinho sonha em montar uma estrutura municipal e disputar competições na cidade. Intercâmbios entre os núcleos da cidade também é uma dos objetivos.
Família
A presença da família é fundamental na continuidade do aluno no esporte. “Vejo o apoio familiar ainda um pouco distante dos meninos. Tentamos resolver isto com bate papo, tentamos nos aproximar do pai, da mãe e tentar incentivar o máximo possível a todos. Eu tive oportunidade em minha vida de treinar ao invés de trabalhar e nestes projetos a situação que encontramos é outra. Mesmo assim tentamos colocar na cabeça deles que o esporte é vida, é união, é salvação em muitos casos  vale a pena investir neste caminho. Muitos entendem, mas alguns acabam desistindo por causa do trabalho Precisam ajudar no sustendo da família. É triste, pois é uma fase importante que acaba se perdendo por causa da condição social. Tem ainda alguns que tendem por caminhos mais errantes e é isto que o esporte ajuda a evitar”, lamenta ele.

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