quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Título no Chile deixa Renatinho muito perto dos Jogos de Londres

Recentemente o piloto Renato Rezende conquistou um importante título no Chile. Foi a primeira vitória do atleta no ano, que veio em hora muito importante. Com o feito, Renatinho deu um grande passo para conseguir a vaga olímpica e ser um dos representantes do Brasil em Londres. De passagem por Poços de Caldas, ele conversou com o Mantiqueira, e disse estar feliz com os novos rumos que sua carreira está tomando.

Mantiqueira - A que você atribui esta sua nova fase?
Renato Rezende - Sem dúvida alguma devo minha boa fase a cidade de Paulínia. Fui muito bem acolhido lá e estou tendo uma estrutura que nunca tive antes. Para se ter ideia, estou muito mais feliz do que quando estava na Suíça, tenho uma  ótima rotina de treinamentos com o Daniel Jorge, que me ajuda muito. Aliás, não só a mim, mas também meus irmãos Duda e Léo, além do Bruno Cogo, que também deixou Poços de Caldas. Todos nós estamos numa grande evolução. Estou morando a oitenta metros da pista e tudo está dando certo. Meus resultados melhoraram, estou muito motivado nesta reta final para buscar uma vaga para Londres. Quero deixar claro que não tenho nada contra Poços de Caldas, amo esta cidade, não tenho da contra o prefeito, mas tive que sair porque aqui não tinha a estrutura que precisava. Fui cuidar de minha carreira porque se ficasse aqui não teria condições de estar nas Olimpíadas.

Mantiqueira - Que importância teve este título no Chile em termos de vaga olímpica.
Renatinho - Nossa, foi fundamental. A prova que valia menos pontos para o ranking latino não fui muito bem e terminei na quinta colocação, mas no dia seguinte, quando a pontuação era maior, fui campeão. Havia uma concorrência muito pesada, vieram pilotos da Itália, que queriam roubar meus pontos, mas não conseguiram. O Brasil deu show. Fui campeão e outro piloto brasileiro terminou em segundo e isto foi muito importante na corrida olímpica. Antes da prova no Chile, o Brasil estava em 13º no ranking, agora subimos uma posição e ficamos a 29 pontos da Itália, que está em 11º. No Chile conseguimos ultrapassar a Alemanha.

Mantiqueira - A próxima corrida será em sua casa. Você leva vantagem por conta disto?
Renatinho - Vou praticamente correr no meu quintal, na pista ao lado de minha casa. Vai ser a primeira vez que vou competir em casa uma prova tão importante e vou tirar o máximo de proveito que puder. Estou numa expectativa muito grande e espero repetir meu desempenho dos treinos durante a corrida. É minha pista, na minha casa e não posso desperdiçar esta grande chance. A vaga está chegando e eu sinto que vai dar. Preciso confiar em mim mesmo para não ficar de fora. A corrida acontece em meados de março e acredito que uma boa galera de Poços de Caldas estará em Paulínia torcendo por mim.

Mantiqueira - Quantas chances você ainda tem para conseguir esta vaga?
Renatinho - Além de Paulínia, no final de março acontece o Supercross em Chula Vista, Estados Unidos no final de março, enfim, serão duas etapas do Supercross, um Mundial, um Latino-Americano e um Campeonato Pan-Americano. É este o caminho que temos para conseguir a vaga. A vantagem que o Brasil tem, é que seus principais pilotos estão inteiros, bem física e tecnicamente, todos em condições de irem bem nestas provas e ficarem com a vaga olímpica. Nossas chances são muito grandes.

Mantiqueira - E como foi sua última corrida, quando você acabou caindo e perdendo para o Ramiro, um de seus principais rivais na atualidade?
Renatinho - Na realidade não cheguei a cair. Fiz a volta mais rápida durante a tomada de tempo, venci as oitavas-de-final, as quartas, a semi. Na final eu estava bastante cansado, corri com cautela e acabei cometendo um erro durante um obstáculo. Não fiquei chateado porque a prova não era minha prioridade. Estou muito focado na vaga olímpica. Fiquei em oitavo lugar, mas foi bom, pois foi o quinto ano seguido que chego à decisão desta competição. O legal é que sei que estou num ótimo nível técnico e isto é o que importa. O Ramiro venceu com méritos mas sabe que eu tenho condições de brigar de igual para igual com ele. Quero muito agradecer ao apoio da Frigonossa, do Hotel Monreale, a NeoNutri, Vzan, a cidade de Paulínia, Oakley, CBC, Ministério dos Esportes e a Petrobras/Paulínia, parceiros importantes em minha carreira. Tem ainda a Adriana Forlan, presidente do Clube que está fazendo de tudo para ajudar na nossa evolução, acompanha a equipe nas corridas internacionais e tem sido muito importante para os pilotos do Brasil. A corrida internacional que acontece agora em Paulínia foi uma conquista dela e por isto merece este agradecimento especial.

Mantiqueira - Como foi disputar uma das baterias da última corrida com seu irmão Duda?
Renatinho - Foi uma emoção muito grande. A  gente nunca tinha feito uma dobradinha numa corrida importante. Cheguei em primeiro e olhei para trás e lá estava o Duda em segundo lugar. Ficamos emocionados, pois foi uma sensação maravilhosa. Nas quartas ele não se classificou, mas já conseguiu dar o seu recado.

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