sábado, 4 de fevereiro de 2012

Diamantino: um campeão buscando melhorias para o atletismo de Poços

Em 1981 Diamantino Silveira do Santos era um dos principais atletas do Brasil. Na época ele surpreendeu o mundo ao vencer a Meia Maratona de Milão, batendo o atleta campeão mundial e olímpico Francesco Panetta. A chegada foi tão fantástica que o tempo dos dois atletas foi exatamente igual.
Diamantino ainda representou o Brasil em algumas olimpíadas e se tornou uma lenda do nosso esporte ao ser destaque em diversas competições importantes. O gaúcho Diamantino agora é mais um poçoscaldense de coração. Casado com Marizete Rezende, outra lenda do atletismo brasileiro, ele conversou com a reportagem esta semana durante a premiação aos melhores atletas de Poços de Caldas da Volta ao Cristo. Confira a entrevista.

Mantiqueira - Como você vê o atletismo em Poços de Caldas?
Diamantino Silveira dos Santos - Vejo nosso atletismo em crescimento. Temos alguns bons valores da cidade que foram embora. e queremos mudar este panorama. Vamos realizar um projeto pela equipe Corpus junto ao Governo Federal e com certeza vamos resgatar estes valores. È muito importante que eles representem Poços de Caldas nas competições. Nossa vontade é de colocar em prática este projeto no ano que vem. Estamos batalhando muito para isto e se der certo tenho certeza que eles voltam. A união entre as equipes da cidade é muito importante. Temos grandes equipes que  precisam juntar forças para ajudar nosso atletismo. Se isto acontecer, vamos conseguir manter nossos atletas na cidade e trazer os que foram embora, não duvido disto.

Você tem acompanhado a formação de atletas na cidade?
Diamantino -  Tenho sim acompanhando um pouco os atletas em formação e alguns bons nomes estão surgindo. O que precisamos fazer é que estes atletas, depois de formados, não vão embora. Que eles encontrem aqui a estrutura que precisam para a prática esportiva. Nossa base já formou grandes nomes como a Tatiele e a Camila que hoje não moram mais aqui. Acho que isto não deveria acontecer, eles fazem falta, são filhos da terra e nunca deveriam ter saído daqui para representar outras cidades.

Mantiqueira - Como você vê a Volta ao Cristo?
Diamantino - A Volta ao Cristo se tornou tão competitiva quanto às principais competições que acontecem no Brasil. Acredito que algumas poucas coisas precisam melhorar para deixar a prova perfeita. No meu ponto de vista, mais de 1200 pessoas disputando esta competição é perigoso e os organizadores poderiam pensar um pouco nisto e limitar o número de participantes. O secretário de esportes está realizando um bom trabalho, sabe o que fazer para melhorar ainda mais este evento. A edição deste ano infelizmente teve alguns problemas que podem ser resolvidos facilmente. Para disputar a Volta ao Cristo, o atleta precisa ter um bom preparo físico para não ter problemas ao longo do percurso. É uma prova em crescimento e tem tudo para se tornar futuramente numa etapa da Copa do Mundo de Montanha. Se isto acontecer ela vai precisar de algumas adequações.

Mantiqueira - O que você acha do fato da organização não pedir atestado médico aos competidores?
Diamantino - As maiores provas do Brasil e algumas no mundo não pedem. O Atleta assina um termo de responsabilidade e participa do evento. O cuidado físico e da saúde tem que partir do próprio atleta. Para disputar a Volta ao Cristo ele tem que estar muito bem preparado. Ano passado eu mesmo enfrentei algumas dificuldades nesta prova. Este ano me preparei melhor e fui bem. Como eu disse antes, o secretário de esportes ajuda muito o atletismo local e o que aconteceu foi uma fatalidade.

Mantiqueira - Para disputar uma Olimpíada como é o procedimento?
Diamantino - Muito rigoroso. O atleta tem que provar ter condições de estar lá. Para se ter ideia, eu passei até por detectores de metais para disputar as olimpíadas. Claro que procedimentos assim ajudam a evitar fatalidades como a que aconteceu aqui, mas ainda vejo isto como uma cultura longe do Brasil. Só o tempo para mudar isto. Se um dia me chamarem para dar ideias sobre mudanças, irei com satisfação. Quero contribuir com meu conhecimento no que puder. Tenho grande experiência e estou à disposição e quero ver o atletismo da cidade crescendo cada vez mais.

Mantiqueira - Você consegue avaliar quando uma pessoa tem condições de realizar uma prova de longa distância apenas olhando para ela?
Diamantino.  Sou orientador da equipe Corpus e isto acontece muito. A equipe tinha dois senhores que estavam treinando e eu disse que eles precisam de exames cardiológicos. Seu eu continuar como orientador da equipe, vou pedir estes exames. Isto ajuda muito na prevenção de problemas graves como o que ocorreu em Poços este ano. Acredito que a morte do Antônio Donizete vai servir de alerta para os atletas mais idosos. Eles vão fazer exames por conta própria para saberem se podem ou não praticar esporte com mais intensidade.

Mantiqueira - Com que frequência você avalia sua saúde?
Diamantino - Sempre. Faço exame periodicamente e todo mundo precisa agir assim. A vida é um bem muito precioso que precisa de atenção especial sempre.

3 comentários:

DIAMANTINO disse...

Valeu Paulo obrigado pela oportunidade.
um abraço
DiamantinoS.S.

Paulo Vitor Campos disse...

Ainda vou fazer muitas entrevista com você. Eu é que agradeço ter conversado com um grande campeão como você. Abraços.

Paulo Vitor Campos

gregory disse...

Grande Pai é um grande campeão..

Abraço

Gregory dos santos
Filho do dimanatino