O esporte na cidade tem vários personagens importantes, que buscam sempre colaborar na organização de competições e proporcionar alternativas para que os inúmeros atletas amadores tenham opções. José Carlos Daré, conhecido como Daré, é uma destas pessoas. Ligado ao esporte local desde 1970, quando participou do primeiro campeonato “Dente de Leite” de Poços de Caldas, ele tem fatos marcantes em sua vida esportiva. Foi dele o primeiro gol no ginásio poliesportivo Dr. Arthur de Mendonça Chaves. Além de figurinha carimbada nos campeonatos da Liga Poços-caldense de Futebol (LPF), Daré teve uma rápida passagem pelo futebol profissional quando defendeu as cores da Caldense durante um Campeonato Mineiro.
Daré conta que no início de sua vida esportiva teve colaboração de pessoas importantes da cidade. O campeonato Dente de Leite foi criado na época por Lázaro Walter Alvisi, Marcelo Luiz Benedetti, entre outros nomes de destaque no meio. Daré jogou aquela competição pelo São Sebastião do Country Club. “Me lembro como se fosse hoje daquele campeonato. Fomos campeões ao derrotar a Caldense na final por 3x1”,conta. Na época a imprensa já dava apoio ao esporte da cidade e as partidas do campeonato foram transmitidas pelas rádios. “Era um acontecimento para nós. Todo domingo de manhã no Cristiano Osório tinha jogo e sentíamos como estrelas da bola com nossos jogos sendo passados ao vivo”, lembra. Havia a tradição de se eleger um atleta como melhor em campo e ele ganhava um prêmio de alguma loja. Para Daré, este era o incentivo que bastava para se manter na prática esportiva.
Depois do começo no Dente de Leite, Daré teve uma vida de cigano no futebol amador. Depois de passar por várias equipes locais ele foi para o Guarani de Campinas em 1976. Naquele ano ele era juvenil mas disputou o Campeonato Paulista de Aspirantes pelo timecampineiro. O aspirante era composto por atletas que não eram aproveitados pela equipe profissional e para não ficarem sem atividades participavam desta categoria. Daré não chegou a atuar no time de profissionais do Guarani, mas teve oportunidade de várias vezes enfrentar os titulares do Bugre nos coletivos de sexta-feira, quando titulares e aspirantes entravam em campo para o treino que antecedia a rodada do final de semana.
“Sempre no domingo fazíamos as preliminares do time profissional. Se o Guarani jogava com o Corinthians nos titulares, o aspirantes também enfrentava o Corinthians antes da partida principal”, relembra.
Depois de um ano em Campinas, Daré retornou a Poços de Caldas se tornou atleta profissional da Associação Atlética Caldense. O ano era 1977 e na época a Veterana era comandada pelo Juquita. Daré recorda que fez sete partidas no profissional da Caldense. “Joguei improvisado como ponta-esquerda e por não ser minha posição acabei sofrendo um pouco”. Os sete jogos que Daré fez como ponta da Caldense foi no lugar de Márcio, titular da posição mas que devido a uma grave contusão teve que ficar vários jogos fora da equipe.
No ano seguinte Daré deixou de vez a vida de atleta profissional, investiu nos estudos e iniciou a faculdade de Educação Física em Muzambinho. Mas não abandou a bola. Nos intervalos dos estudos ele passou a jogar futebol de salão, na época ainda conhecido como o esporte da bola pesada. Ele fazia parte de um grande time do Fluminense, um dos mais fortes da época. Ao mesmo tempo Daré passou a participar de um projeto esportivo da Secretaria de Esportes e começou a dar aulas de iniciação de futebol no Colégio
Virgínia da Gama Salgado e na escola João Eugênio de Almeida. Pouco depois foi para o Sesc, onde está até hoje. “Quando cheguei no Sesc passei a ser responsável por todas as competições esportivas que lá eram realizadas. Tudo passava por minhas mãos”, disse Daré.
Daré foi criador do Interblocos, competição quedurante muitos anos agitou a cidade e fazia parte da programação do Carnaval,, com os blocos formando equipes. “Esta iniciativa deu certo, agregou várias competições, a entrega de todos os envolvidos era muito grande e foi muito gratificante organizar este evento”. O primeiro Interblocos foi realizado em 1981 e hoje já não existe mais no calendário esportivo local.
A paixão de Daré é mesmo o futebol amador. Ele já passou por muitos times e hoje vive um amor pelo Flamengo do Cascatinha. Dentre as muitas equipes em que esteve Daré destaca o Palestra. “Este time era da família, foi criado por italianos e tinha meus tios e meu pai como responsáveis”, relembra.
Há poucas semanas Daré perdeu, junto com o Flamengo, o campeonato Master. O Flamengo foi bastante superior mas foi derrotado pelo União nos pênaltis e Daré atuou apenas uma parte do jogo. “Fomos melhores em campo mas o futebol tem disso mesmo. Neste campeonato sempre entrei no segundo tempo, mas não foi por isso que perdemos. O time jogou muita bola mas o dia não era nosso”. Daré tem cinco finais consecutivas do Master de Poços de Caldas, tendo vencido três e perdido dois campeonatos. Ele está animado com o próximo Master, que deve começar logo depois da Copa do Mundo. A LPF estipulou que apenas atletas de 45 anos em diante podem participar. “É um diferencial importante, já que da forma que está é complicado. Um atleta de 50, 54 anos não tem o mesmo desempenho de um jogador de 40. A mudança é muito válida”, diz ele. Além do esporte Daré mantém no Sesc uma empresa voltada para a área de educação. Ele é responsável por um polo da universidade Cesumar em Poços de Caldas. “Eles aderiram ao ensino à distância e em Poços sou o responsável. Os interessados podem me procurar no Sesc que dou todas as informações necessárias”, finaliza Daré.
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