ACS/Caldense/Futebol
Mais que apenas treinos físicos, táticos e técnicos, Ademir Fonseca, treinador da Caldense, aposta em outro fator para preparar seus atletas para o Campeonato Mineiro: a velha e boa conversa.
Pelo menos três vezes por semana, antes do início dos treinos, Ademir reúne todos os jogadores e membros da comissão técnica para que, afastados de qualquer ruído que possa causar distração, possam conversar tranquilamente. Os assuntos, segundo o comandante, são sempre os mesmos: relacionamento e motivação. “Gosto de falar da importância do relacionamento interpessoal, de interagir com o colega, de ter uma boa amizade, de focar nos objetivos... Ninguém pode querer ser melhor do que o outro, nem mais estrela. É por isso que somos chamados de ‘equipe’. Temos que saber trabalhar em conjunto, ajudando um ao outro. O papel de escolher quem é o ídolo, quem é o jogador destaque, é da imprensa e dos torcedores, não nosso. Entre nós, somos todos iguais, e é sobre isso que conversamos sempre. Além dos treinamentos dentro das quatro linhas, preciso trabalhar o psicológico deles, para que não fujam da realidade. Nada no futebol pode ser decidido sozinho. Só ganhamos se trabalhamos coletivamente”, frisa.
Ademir garante que dá para perceber a mudança que as conversas causam nos jogadores. “Claro que nem todos têm o mesmo nível de amizade, pois cada um vem de um lugar do país e tem uma cultura. Uns são casados, outros são solteiros; uns são mais jovens, outros são mais velhos; uns têm uma religião, outros têm outra; mas todos se respeitam e se aceitam. Isso reflete positivamente dentro do campo”, garante.
Conhecido por sempre trabalhar usando e abusando da motivação, Ademir afirma que se não agir assim, com certeza os resultados serão menores do que poderiam ser. “Tenho experiência em relação a isso; se não conversar, se não puxar orelha, se não orientar e se não motivar o atleta, ele com certeza não renderá tanto quanto poderia. Em qualquer tipo de emprego, se você não estiver feliz exercendo seu trabalho, seu rendimento cairá”, fala. “No futebol não é diferente. Quando se está motivado, a tendência é produzir mais e obter melhores resultados”.
Ademir busca passar todas essas lições para os jogadores, para que possam sentir prazer no que fazem, e assim se aprimorarem cada dia mais, se tornando melhores atletas e melhores pessoas. “É preciso conviver com os defeitos e enaltecer as virtudes do outro; assim se constrói um convívio saudável. Tento implantar isso para que nossos jogadores formem um grupo de muita amizade, de muito respeito, e, acima de tudo, um grupo que traça objetivos a serem alcançados coletivamente”, ressalva.
A amizade entre o treinador e o elenco da Caldense com certeza trará resultados positivos, pois, em qualquer relacionamento, o diálogo, o respeito, a paciência e a consideração pelo outro são muito importantes. E parte desse resultado pôde ser constatada pelos torcedores que compareceram ao Estádio Ronaldão na última sexta, 20, para assistir o amistoso entre Caldense e Santo André: viram uma equipe unida, entrosada e jogando leve; assim como vem sendo em todos os treinamentos desde outubro, quando Ademir passou a treinar novamente a equipe da Veterana.
Ademir Fonseca, o técnico que comandou a Caldense na conquista do Campeonato do Interior de 2004, volta com a mesma disposição e com os mesmos ensinamentos, atrás do mesmo objetivo: dar alegria ao torcedor da Veterana. Se o jeito de ensinar e a preocupação não só com o atleta, mas com a pessoa, também forem pontos positivos para se fazer um belo campeonato, meio caminho já está andado.
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