José Gabriel conversou com o Mantiqueira ontem e se mostrou bastante indignado pelas poucas chances que teve na cidade. Segundo ele, toda a temporada de 2011 foi disputada com dinheiro do próprio bolso e ajuda de amigos e familiares. “Mesmo pedindo muito, a Prefeitura de Poços de Caldas não ajudou em nada. Durante o ano todo eles não me deram nenhum tostão”, disse José Gabriel, que é filho de José dos Reis, outro atleta de Poços de Caldas, que corre pela equipe Corpus. “Minha indignação é realmente muito grande, tentei diversas vezes apoio da cidade e todas às vezes recebi não como resposta. Não tem apoio nenhum ao esporte local em Poços de Caldas”, lamentou José.
“Neste momento que estou de partida queria agradecer alguns parceiros que estiveram do meu lado. O Projeto Soma sempre esteve com as portas abertas e a Vitryni Modas também foi uma grande parceira. Ainda tem os amigos que não posso esquecer como meu técnico Célio Carvalho Ferreira, meu personal Wagner José Oliveira, minha nutricionista Luana Monteiro e Minha fisioterapeuta Patrícia Almeida”, completou José Gabriel.
O convite para se filiar na Federação Baiana foi facilitado pela família da namorada de José Gabriel que mora naquele Estado. “Lá terei um incentivo maior para continuar no esporte e acredito que começo uma nova fase em minha vida. Quero agarrar com unhas e dentes esta oportunidade”, disse José, continuando com suas queixas contra a Prefeitura de Poços de Caldas. “O que mais me revolta aqui é que não te dão apoio, porém, se você consegue algum resultado de destaque, falam que o atleta é orgulho da cidade e que foi formado aqui. Não concordo. Se não ajudam, não podem querer tirar proveito dos bons resultados do atleta”, detonou José.
Durante sua passagem por Poços de Caldas José Gabriel conquistou resultados importantes. Ele foi terceiro colocado no Campeonato Brasileiro de Mountain Bike XCO, um dos principais do Brasil, campeão da Copa Scram, campeão do Desafio da Mantiqueira, entre outros. Nos intervalos de competição e treinamentos José Gabriel trabalhava para juntar dinheiro para ir para as corridas de mountain bike.
“Um absurdo. Como pode a cidade abandonar atletas de ponta como está acontecendo aqui? Como podem dizer que não nos ajudam por não terem dinheiro? E o fundo de esportes, a lei de incentivo? Poços está perdendo seus melhores atletas e pelo que estou sabendo mais gente está querendo ir embora”, desabafou. “O caso da família Rezende tem que servir como alerta para os governantes de Poços de Caldas. Como pode deixar um piloto olímpico sem estrutura nenhuma? Uma pista de bicicross abandonada há mais de um ano? Poços está ficando para trás de cidades muito menores. Caconde, por exemplo, sediou recentemente um Campeonato Brasileiro. Cadê nossa força? Acorda Poços de Caldas, eu infelizmente não posso mais ficar aqui e ver minha carreira acabar. Vou lutar pelo meu lugar, tomara que um dia eu volte e encontre uma situação diferente da que estou vendo hoje”, finalizou José Gabriel.
Como o secretário de esportes Carlos Alberto dos Santos está em férias, o Mantiqueira não tentou conversar com ninguém da SME para responder as queixas do atleta. Em entrevista recente de Lelo ao jornal foi dito que a cidade tenta ajudar na medida do possível, porém, o atleta que quiser maior apoio e se destacar a nível nacional precisa procurar centros maiores. “Aqui a gente ajuda na medida do possível e da forma que podemos. Infelizmente não dá para liberar grandes quantidades de dinheiro, pois não temos verbas para isto”, disse Lelo. Assim que o secretário retornar das férias vamos questionar o motivo pelo qual nenhuma ajuda foi dada para José Gabriel na temporada de 2011 como o atleta citou nesta matéria.
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