quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Professores comemoram equilíbrio do judô nacional em Poços de Caldas


Poços de Caldas, MG - No último domingo, durante o encerramento das competições de judô, o Mantiqueira conversou com alguns importantes professores da modalidade. O judô  é um dos esportes que mais revela talentos no Brasil. Muitos vencedores da modalidade, surgiram nas Olimpíadas Escolares. Joseph Guilherme tem em mãos uma destas preciosidades.  O sensei, que comanda a equipe de Goiás, trabalha com Ariel Alencar há três anos. O jovem vem se despontando e não sabe o que é perder desde 2011. Mineiro de Caratinha, Joseph fez parte de uma época de ouro do judô brasileiro ao lado de Aurélio Miguel, Elton Fiebig, entre outros.  Para o professor, o judô de hoje no Brasil está mais nivelado, com destaques aparecendo em diversas partes. No passado apenas São Paulo e Rio de Janeiro se destacavam na modalidade. Joseph deixou Minas e foi morar em São Caetano há 20 anos, só depois ele foi para Goiás onde passou  a ensinar o que aprendeu.  “Quando fui para São Caetano tive um aprendizado de vida. Não foi fácil ficar longe de casa, da família para ir em busca de um sonho. Tive a compreensão de todos na época, e não me arrependo de nada do que fiz. Aprendi muito, estive perto de disputar uma Olimpíada, conheci grandes nomes do nosso judô”, disse Joseph, que foi reserva imediato de Aurélio Miguel. Dono de títulos mundiais na categoria master, pan-americano, brasileiro, entre outros, Joseph foi prejudicado por fazer parte de uma geração recheada de talentos. “Não nasci na época certa. Haviam grandes nomes e ficar com a vaga de Aurélio Miguel era impossível. Talvez em outra época eu teria conseguido disputar as Olimpíadas”, disse o sensei.
Sobre os jogos escolares em Poços de Caldas, o professor destaca a diversidade de Estados revelando bons atletas. “Nestes jogos em Poços de Caldas vimos pódios formados por alagoanos, mato-grossenses, amazonenses, gaúchos, enfim, de todos os cantos do Brasil. Antes isto era uma coisas inimaginável, não havia possibilidades de acontecer. Hoje o nível técnico se equipara e quem ganha com isto é o esporte brasileiro”, disse Joseph. Segundo ele, a estrutura de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais  e Rio Grande do Sul continua anos luz à frente dos demais concorrentes, mas a técnica está equilibrada.
“Nunca que em minha época isto seria possível. Quando a gente enfrentava algum atleta nordestino era apenas para aquecimento. Hoje, quem pensa que as coisas continuam assim, vai levar é muita pancada deles que são muito bons”, finalizou.


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