quarta-feira, 23 de março de 2016

Antes criticado, Gian Rodrigues recoloca Caldense no rumo das finais do Mineiro

Poços de Caldas, MG - Como diz aquele velho ditado, futebol é uma caixinha de surpresas. O técnico Gian Rodrigues, da Caldense, é o exemplo mais recente disto. Seu time começou o Campeonato Mineiro muito irregular e desagradando a gregos e troianos. Foram algumas atuações sem convencer ninguém e a mídia, ou pelo menos a maior parte dela, caiu matando em cima do treinador. “Este Gian Rodrigues não sabe nada...”, Este Gian Rodrigues não é técnico para Caldense...” e daí por diante. A verdade é que o treinador deu a volta por cima, fez mudanças importantes no time titular, os resultados apareceram e de uma hora para outra as opiniões sobre seu trabalho mudaram. A Caldense hoje já aparece com 15% de chances de se classificar para as finais do Campeonato Mineiro. O Mantiqueira conversou com o treinador sobre este assunto e também sobre a preparação para a partida de sábado, contra o Guarani em Divinópolis.

Mantiqueira - Como explicar a mudança de postura do time nos últimos jogos. Depois de partidas muito abaixo do esperado, a equipe hoje está jogando um futebol mais competitivo. O que aconteceu?
Gian Rodrigues - Entendo que isto faz parte do processo, sendo que numa competição difícil como é o Campeonato Mineiro alguns resultados não aparecem de início. Quando isto acontece é porque o treinador não conseguiu brindar algumas coisas quem vêm de fora para dentro. Existe assim instabilidade e isto é normal. Como disse, o Campeonato Mineiro é difícil e um exemplo disto é o nosso próximo adversário. O Guarani está lutando embaixo da tabela e a grande maioria hoje diz que será um jogo fácil para a Caldense, mas penso que será um dos jogos difíceis que teremos nesta competição. Voltando ao assunto da mudança de postura, conversamos bastante com os atletas e procurei fazer com que eles buscassem uma consistência na forma de jogar, manter desempenho, ou seja, jogar bem e buscar insistentemente a vitória nos jogos. Espero que isto se mantenha agora, que consigamos manter uma sequência até que a gente conquiste o que treinamos para conquistar.

Mantiqueira - Você estuda bastante os adversários. O que será passado para os atletas sobre o Guarani de Divinópolis?
Gian Rodrigues - Tenho um DVD em mãos e devo receber um segundo DVD hoje. Eles tiveram uma mudança de comando e isto é importante. Precisamos ficar atentos para não termos surpresas neste jogo.

 Mantiqueira - Pediram a cabeça do Gian Rodrigues em diversos momentos deste campeonato. A situação mudou e o treinador conseguiu uma virada neste cenário. O que você pensa disto tudo?
Gian Rodrigues - Procuro não me envolver com os comentários. Não me lamento nas críticas e nem me empolgo nos elogios. Como disse sempre, não sou o pior treinador do mundo porque perdi e nem o melhor porque venci. Procuro sempre evoluir, aprender, crescer, madurecer sempre. Sei que se perder o próximo jogo as críticas irão voltar, o Guarani vai subir e vamos cair. Estamos próximos do G4, mas também muito perto da zona de rebaixamento. O importante é os atletas terem consciência disto, inclusive acabei de conversar com eles. Se agora algumas coisas estão dando certo é porque estamos produzindo, concentrando e fazendo para que o resultado venha.

 Mantiqueira - Você já tem definido quem entra no lugar do Michel Benhami?
Gian Rodrigues - Tenho uma situação em que posso usar o Michel Elói e outra com o Álvaro. No dia a dia de treinos vou ver qual destas situações será a melhor.

 Mantiqueira - Esta decisão acontecerá aqui ou lá?
Gian Rodrigues - Será lá porque vamos viajar dois dias antes do jogo, a não ser que as coisas aconteçam nos trabalhos realizados em Poços. Sempre falo para os jogadores que não estão jogando que eles têm o dia a dia para me mostrar suas condições de ajudar o time. No jogo contra a URT todo mundo esperava a entrada do Edu e entrou o André, esperavam outro no lugar do Marcinho e entrou o Jonathan, que é lateral, só que eu conheço o atleta. Ele já jogou de meia, jogou de atacante, inclusive fez gols. Estes exemplos estou citando porque eles entraram no dia a dia de treinos e me convenceram que podem jogar. A resposta nos treinos dos atletas que jogam menos é muito importante. Escolher agora entre o Michel Elói e o Álvaro será duro por se tratar de dois jogadores comprometidos, dedicados e cada um está buscando seu espaço no time.

Mantiqueira - Sobre o Maradona, qual vem sendo a conversa com ele? É um jogador que tem se destacado no time, porém, ele cansa na metade do segundo tempo, cai de produção e com isto o time cai junto. Você tem visto isto?
Gian Rodrigues - Se você tem uma boa transição defensiva e ofensiva acontece naturalmente um desgaste físico. Se você perde uma bola no ataque acontece o contra-ataque e com isto o jogador precisa voltar muito rápido. No jogo contra a URT aconteceu muito isto e em determinado momento comecei a observar o Maradona e pensei: será que ele sentiu, será que cansou? Mas no final do jogo ele continuava voltando para marcar com uma intensidade muito alta, então ele não está cansando como você está dizendo. É um jogador muito dedicado, sério, profissional em tudo que faz, vive um momento legal e faz tudo que cobro dele. Sempre pedi para ele jogar próximo da área, jogando mais à frente e ele vem fazendo. Hoje temos um meia com uma mobilidade muito boa, chega na frente e faz um grande campeonato. Está de parabéns o Maradona pelo que vem fazendo no dia a dia e consequentemente isto vem sendo refletido dentro de campo.

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