sábado, 21 de agosto de 2010

Roubo virtual

O  mundo da internet é atualmente uma ferramenta indispensável para qualquer pessoa, seja ela criança ou idosa. É um mundo fascinante que, a cada dia traz inovações que chegam a assustar. Pensou como será daqui há cinco, dez anos? Apesar das inúmeras facilidades e conforto que a internet trouxe ao mundo, há um lado negro explorado por pessoas inescrupulosas, que se aproveitam da facilidade desta ferramenta para cometer diversos crimes. É possível, através da internet, desviar dinheiro de bancos e assediar crianças em chats. Enfim, todo crime está se tornando possível com um simples clique no teclado. Ao mesmo tempo em que é útil e essencial para muita gente, é um perigo. Você pode estar pensando o que tem a ver este assunto com minha editoria que é esportiva? Tudo. Imagine um repórter deixar uma redação de um jornal, deslocar-se até um evento esportivo ou qualquer outro que seja, fazer entrevistas, tirar fotos, voltar à redação, escrever o texto, passar para seu editor, ver este texto publicado, às vezes virando uma manchete ou até um furo de reportagem no dia seguinte. Sensacional, não? Agora, imagine que este mesmo texto, sem tirar nenhuma linha, nenhuma vírgula - às vezes até com o “clique aqui” em um jornal impresso - com as mesmas fotos que por ele ou seu fotógrafo em um outro jornal que não teve trabalho algum, a não ser o de manter um “editor” navegando e simplesmente colocando tudo o que vê pela frente sem a devida autorização? É exatamente isto que acontece na maioria das cidades, geralmente as do interior e principalmente nas rodadas dos campeonatos nacionais. É possível ver cadernos inteiros editados desta maneira. Um verdadeiro ato criminoso feito por funcionários a mando de donos de jornais que acreditam que não existe punição para este tipo de crime.
O leitor deve estar se perguntando como saber se um texto é roubado ou se foi ultilizado dentro da lei. É muito simples. Quando um texto de uma cobertura esportiva nacional, política, TV ou qualquer outro tema é publicado sem nenhuma assinatura, e nem ao menos uma citação de fonte, ele é roubado de algum site. A lei de direitos autorais exige a citação da fonte de uma informação. Texto sem estes cuidados com certeza é roubado. Novamente, o leitor pode perguntar: “O que tenho a ver com isto?” Tem a ver, e muito. Está sendo enganado por um órgão de imprensa que não respeita nem seus colegas de profissão e isso mancha a credibilidade do veículo. Como o jornal deve agir com seus anunciantes se não respeita seus leitores?
Faço parte da equipe do Mantiqueira desde 1987. O jornal estava iniciando a era off set. Já, naquela época, o Mantiqueira comprava todo o material nacional que era publicado em suas páginas. Não existia internet e na redação havia um telex que mandava notícias até a meia-noite. Este material era da Agência Estado, que foi parceira por vários anos. Depois o jornal trocou de agência e atualmente as notícias nacionais são mandandas pela Folhapress. Todo o noticiário nacional, inclusive as fotos de grandes jogos, é comprado e com sua fonte devidamente citada. Como tem que ser. Se acontece de uma foto sair sem crédito, o jornal, no dia seguinte, coloca uma errata e o devido crédito é citado. Então, é assim que funciona. Honestidade é tudo em qualquer setor e na internet não pode ser é diferente.

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